quarta-feira, abril 27, 2011

IMPACTO AMBIENTAL SOBRE O RIO MOCAJATUBA - ANANINDEUA - PARÁ

SOLUÇÕES PARA EV ITAR OUTRA TRAGÉDIA - PLANETA SUSTENTÁVEL

8 soluções para evitar outra tragédia


Sempre que a fúria das águas deixa um rastro de destruição e mortes, o roteiro seguido pelos governantes brasileiros é muito semelhante. Proferem-se frases de efeito, adotam-se medidas paliativas, mas as grandes questões permanecem negligenciadas.

Veja algumas soluções para evitar outras tragédias:

1. MAPEAR AS ÁREAS DE RISCO

Existe um consenso de que o primeiro e o mais básico passo para a prevenção de tragédias desencadeadas por desastres naturais é traçar um retrato das áreas mais vulneráveis de cada cidade - fruto de um levantamento topográfico de altíssima precisão e de uma minuciosa pesquisa de campo empreendida por geólogos. Só com isso é possível saber onde as pessoas podem morar em segurança e de onde elas devem sair. "Trata-se de instrumento de primeira necessidade para minimizar os riscos", afirma o geólogo Willy Lacerda, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pois nenhuma das cidades da serra fluminense varridas pela fúria das águas tem um mapa como esse. O Rio de Janeiro, apenas há um mês e depois de muitas catástrofes, passou a contar com um. Para se ter uma ideia do atraso brasileiro, Hong Kong fez o mesmo quatro décadas atrás - e tornou-se, com a ajuda da medida, caso exemplar de prevenção aos estragos das chuvas.

PRAZO PARA EXECUTAR - Médio
CUSTO BAIXO
2. FISCALIZAR A OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO.
O Código Florestal proíbe construções em topo de morros, em encostas com inclinação superior a 45 graus e a menos de 30 metros de distância do leito dos rios - só que é amplamente desrespeitado no território nacional. O engenheiro José Alexandre Almeida, secretário de Planejamento de Teresópolis, uma das cidades fluminenses vitimadas pelo aguaceiro, dá o tom de como tais regras são encaradas - oficialmente: "Sabe, não podemos ser muito rigorosos na cobrança das normas de ocupação do solo. Do contrário, 80% dos habitantes teriam de deixar sua casa". É preciso que deixem. Centenas de mortes ocorreram justamente porque tanta gente não obedecia às normas, tanto pobres como ricos. Falta uma fiscalização efetiva, o que passa por uma completa mudança de cultura e métodos nas repartições públicas responsáveis. A tragédia da semana retrasada mostra que não nos resta outra opção.

PRAZO PARA EXECUTAR - Médio
CUSTO BAIXO

No lugar errado
As regras para a ocupação de terras previstas pelo Código Florestal não são cumpridas na maior parte da Região Serrana do Rio de Janeiro – Veja infográfico


3 . REMOÇÕES EM ÁREAS DE RISCO

A cada nova tragédia, a imagem da água arrastando barracos morro abaixo lança luz sobre a ocupação irregular de encostas - prática que conta muitas vezes com o incentivo de políticos que fazem vista grossa à permanência das casas em troca de votos. Ninguém de bom-senso discorda de que quem vive nesses desfiladeiros deve ser retirado de lá pelo poder público, que precisa contar com uma política habitacional capaz de lhes prover um teto em local com infraestrutura básica. Remover as pessoas de sua casa não é fácil. A maioria resiste, mesmo correndo flagrante risco de vida - algo que a cidade de Blumenau tem conseguido minorar (veja o quadro abaixo). Não raro, os moradores obtêm até amparo legal para ficar. A experiência internacional mostra que nenhuma solução é tão eficaz na prevenção a tragédias em regiões de topografia acidentada quanto as remoções. Infelizmente, na serra fluminense elas são a exceção.

PRAZO PARA EXECUTAR - Longo
CUSTO ALTO

Uma cortina de concreto
Como funciona a chamada cortina atirantada, uma das soluções mais eficazes para conter deslizamentos de terra em grandes maciços como o da Região Serrana do Rio de Janeiro – Veja infográfico

4. CONTENÇÃO DE ENCOSTAS
O grupo de arquitetos e engenheiros ouvido por VEJA é unânime em afirmar que, caso na serra fluminense houvesse obras de contenção de encostas em extensão e qualidade suficientes, os deslizamentos teriam sido minimizados - poupando centenas de vidas. Alegam as autoridades que custa caro. De fato. Para se ter uma ideia, o preço do metro quadrado da chamada cortina atirantada - enormes placas de concreto que sustentam até 100 toneladas, indicadas para dar estabilidade a relevos como os da serra do Rio - equivale ao valor do metro de pavimentação de uma estrada nova. Em outros casos, de morros menores suscetíveis à erosão, o melhor é utilizar o gabião, que faz a sustentação por meio de aramados. Também é caro. Dada a eficácia dessas obras da engenharia, no entanto, não resta dúvida de que o dinheiro público, em geral tão mal gasto, encontraria aí uma boa aplicação.

PRAZO PARA EXECUTAR - Médio
CUSTO ALTO

Casas firmes no chão
Uma resistente teia de estacas fincadas a uma profundidade de até 25 metros dá sustentação a casas construídas sobre terrenos inclinados e geologicamente instáveis - e minimiza o risco de elas serem arrastadas por avalanches como a da semana passada - São usadas em média vinte estacas para uma casa de 200 metros quadrados - Veja infográfico

5. CONSTRUÇÕES MAIS SEGURAS
Criar regras para a construção de casas e prédios é atribuição de cada município brasileiro. Espantosamente, na Região Serrana do Rio não existem leis a respeito. A maioria dos alvarás é concedida ali sem que se verifique sequer se a estrutura da edificação é capaz de suportar pressões ou o deslizamento do solo. Faltam normas para cobrar o essencial - que as casas fincadas em terrenos íngremes e instáveis sejam erguidas com base em sondagens minimamente confiáveis e com fundações que lhes proporcionem estabilidade. De novo, custa caro: em alguns casos, o preço de uma fundação chega a ser equivalente ao de todo o restante da obra. Para universalizar a prática, a alternativa adotada em regiões vulneráveis a terremotos nos Estados Unidos e no Japão foi trocar alvenaria por gesso na construção das casas. A estrutura fica em torno de um sexto mais leve, demandando fundações também mais simples - que custam até a metade do preço.

PRAZO PARA EXECUTAR - Longo
CUSTO ALTO

6. SISTEMA EFICAZ DE RADARES
Todos concordam que a ausência no Brasil de um sistema integrado de radares de alta precisão aumenta a vulnerabilidade diante de fenômenos como a tempestade de duas semanas atrás. Na ocasião, o radar usado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), fincado na serra, estava quebrado. Apesar de existir um equipamento similar no Rio, que flagrou as chuvas, as autoridades dos municípios que viriam a ser atingidos não foram devidamente alertadas. É preciso investir para ter algo como os Estados Unidos, onde há uma rede de 155 radares interligados - todos com a avançada tecnologia Doppler, que permite estimar a direção e a velocidade dos ventos antevendo com precisão o local e a intensidade das precipitações (veja acima). O Brasil tem apenas vinte desses radares em todo o território nacional, um sétimo do que possuem os americanos. Seria necessário contar com pelo menos o dobro para que a cobertura fosse considerada razoável.

PRAZO PARA EXECUTAR - Médio
CUSTO MÉDIO

Radares de alta precisão

Como funcionam os radares doppler - em quantidade ainda reduzida no Brasil - Veja infográfico



7. ALERTAS DE EMERGÊNCIA
Faltam às cidades serranas - assim como à maioria dos municípios brasileiros - sistemas de alarme para avisar a população em situações de perigo. As pessoas que moram em áreas de risco podem assim deixar sua casa a tempo. Não é tecnologia sofisticada nem cara. Para se ter uma ideia, muitos países instalam sirenes nas áreas mais vulneráveis, exemplo que a prefeitura do Rio começou a replicar nas favelas cariocas. Em Areal, município atingido pela torrente de duas semanas atrás, aferiu-se a eficácia de algo tão simples. Ciente da chegada da chuva, o prefeito usou um carro de som para recomendar aos moradores em áreas de risco que deixassem suas casas. Ninguém morreu. Quanto mais treinada a população, melhores os resultados. Em Los Angeles e em Tóquio, aprende-se como proceder em caso de terremoto - até na escola. Exemplos a ser seguidos.

PRAZO PARA EXECUTAR - Curto
CUSTO BAIXO

8. COORDENAÇÃO DE AÇÕES
Para oferecer resposta imediata depois de uma tragédia já consumada, é necessário que os principais órgãos públicos da cidade já estejam previamente integrados e obedeçam a protocolos estabelecidos para situações de emergência. Ao ser acionada, cada equipe precisa saber exatamente o que fazer de acordo com a natureza do problema, obedecendo a um comando único. Em algumas das principais metrópoles do mundo, como Madri e Nova York, funciona assim. O Rio de Janeiro acaba de montar um sistema semelhante, conectando trinta órgãos que prestam serviços públicos - boa iniciativa cuja eficácia precisa ser testada numa crise. É inédito no Brasil. O que predomina nesse campo é o completo improviso, como ocorreu no último dia 14. Ali se viu um exemplo de solidariedade das pessoas comuns - e um show de incompetência por parte das autoridades.

PRAZO PARA EXECUTAR - Curto
CUSTO BAIXO



Fontes: Willy Lacerda, especialista em geotécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Rosman, professor da Coppe, UFRJ, Ana Luiza Coelho Netto, especialista em geomorfologia da UFRJ, Alberto Ortigão, geotécnico da UFRJ, Luiz Otávio Martins Vieira, diretor-presidente da Geo-Rio, Humberto Vianna, secretário nacional da Defesa Civil, Marcelo Motta, Serviço Geológico do Estado - RJ, Marcio Ackerman, geógrafo e consultor ambiental, José Alexandre Almeida, secretário de Planejamento de Teresópolis, Etiquio Calazans (engenheiro especialista em radares), Marcelo Seluchi (CPTEC/Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)

quarta-feira, abril 06, 2011

GEOGRAFIA - 1º ANO MÉDIO

Introdução e conceitos básicos em Geografia
“A maior parte da geografia satisfaz a necessidade dos Estados. A geografia em seu conjunto tem um vinculo com as atividades dos dirigentes. Os grandes generais, sem exceção, são homens capazes de raciocinar em termos espaciais, de pensar a estratégia apropriada na terra e no mar, de unir povos sob um governo comum. Até mesmo um caçador terá mais êxito se conhecer a natureza e a extensão do bosque e, além do mais, só aquele que conhece uma região pode escolher o melhor local para acampar, para fazer uma emboscada ou para dirigir uma campanha militar.”
(Estrabão, geografo romano. Sec. I a.C)
A geografia é uma das ciências mais antigas que existem. De forma resumida, Podemos dizer que ela é o estudo do espaço que os seres humanos habitam. Assim sendo, seu início coincide com o advento dos primeiro mapas, na Antiguidade, pois a elaboração de um mapa – para mostrar o caminho para um lugar, para localizar cada objeto ou fenômeno numa determinada região, etc. – já pressupõe um estudo geográfico.
            A palavra geografia (geo, “Terra”; grafia, “descrição”) foi criada pelo filósofo grego Eratóstenes no século III a.C. Esse filósofo foi um estudioso da geografia, algo muito comum na época, quando praticamente todos os sábios ou estudiosos eram filósofos e, com frequência, se ocupavam de quase todos os temas ou assuntos que hoje dividimos entre várias disciplinas distintas. Foi somente nos séculos XVII, XVIII e XIX, dependendo de cada caso, que as ciências modernas (química, física, geologia, geografia, astronomia, sociologia, economia, etc.) se definiram mais precisamente, isto é, tornaram-se autônomas ou independentes da filosofia e adquiriram os seus conceitos e métodos próprios.
PARA QUE ESTUDAR GEOGRAFIA?
Estudando Geografia, podemos entender melhor o mundo em que vivemos. Podemos compreender como as diferentes sociedades se relacionam com a natureza, além de identificar as principais características do lugar onde moramos e de muitos outros lugares.
            O estudo da Geografia nos ajuda a perceber melhor as alterações produzidas pelos seres humanos e pela natureza nas paisagens terrestres, levando-nos a refletir sobre tais transformações e analisar a realidade que nos cerca. Interagindo, assim com a realidade, podemos nos relacionar melhor com as pessoas e participar mais ativamente da vida em comunidade, o que nos leva a um exercício mais pleno da cidadania.
ENSINO DA GEOGRAFIA E GLOBALIZAÇÃO
            O ensino da geografia, na realidade, se torna mais importante ainda com a globalização. A globalização, que acompanha a revolução técnico-científica, consiste na crescente interdependência de todos os povos e de todas as economias do planeta.
            Já não existe praticamente nenhum lugar da superfície terrestre que esteja isolado dos restantes, ao contrário do que ocorria no passado. Houve uma enorme expansão das empresas multinacionais, do comércio internacional, do turismo entre países, dos investimentos de capitais de uma economia para outra. E as telecomunicações – sobretudo o telefone (fixo e celular), a televisão e as redes de computadores (como a internet) – unificaram completamente o mundo, fazendo com que, em qualquer parte do globo, as pessoas saibam o que ocorre nas outras partes. Isso faz com que, mais do que nunca, seja necessário conhecer o mundo em que vivemos, ou seja, conhecer geografia.
            O analfabetismo geográfico pode ter sido algo desculpável em outra época, quando se vivia mais em lugares relativamente isolados e não havia grande interesse pelo conhecimento do restante do globo. Mas isso mudou. No mundo de hoje temos de pensar de forma global, pois todos os problemas (e todas as soluções) são interdependentes e, em grande parte, internacionais. Ninguém vai se sair bem no século XXI – seja uma empresa, um país, seja um individuo que almeje uma boa posição social – se não tiver um sólido conhecimento sobre o mundo em que vivemos, sobre a geografia nas suas diversas escalas ou níveis: o mundo, o seu país e o seu local de vivência, com uma integração entre todas essas dimensões espaciais.    
CONCEITOS GEOGRÁFICOS IMPORTANTES
O Espaço Geográfico
O espaço geográfico é o local ou o espaço onde a humanidade reside e no qual produz modificações; que pode ser construído e reconstruído através do trabalho humano; ou seja, é a superfície da Terra. Isso quer dizer que o espaço geográfico não é o espaço astronômico ou sideral — o Universo —, mas é uma ínfima parte dele, uma parte muito especial ou original que, antes de tudo, é o nosso berço e moradia. Além do mais, inúmeros fenômenos que ocorrem nesse espaço talvez infinito, principalmente no Sistema Solar, exercem múltiplas influências ou repercussões sobre o nosso planeta.
O Território e Territorialidade
Território é o espaço delimitado por fronteiras, formado por diversas paisagens; é o espaço sob o controle de um sujeito.  territorialidade é o controle e apropriação por pessoas, grupo ou Estados destes territórios, mantendo sobre o território uma relação de poder ou domínio.
A Paisagem
Quando observamos uma paisagem, seja ela de um local cujas condições naturais estão preservadas, ou do centro de uma grande cidade, podemos assumir uma postura meramente contemplativa, considerá-la feia ou bonita, tranquila ou agitada. A forma como as paisagens se apresentam aos nossos olhos nos permite interpretar heranças do passado, tentar entender o presente e propor ações com vistas a melhorar o futuro.
Ao compararmos paisagens de lugares diferentes – rios e praias limpos ou poluídos, matas preservadas e áreas desmatadas, impactos ambientais provocados por diferentes tipos de indústrias e práticas agrícolas, etc., podemos avaliar e criticar o resultado da ação humana sobre o espaço, pois ela está impressa na paisagem.

Segundo Milton Santos “Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem”. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.
A dimensão da paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos. Por isso, o aparelho cognitivo tem importância crucial nessa apreensão, pelo fato de que toda nossa educação, formal ou informal, é feita de forma seletiva, pessoas diferentes apresentam diversas versões do mesmo fato. Por exemplo, coisas que um arquiteto, um artista veem, outros não podem ver ou o fazem de maneira distinta. Isso é válido, também, para profissionais com diferente formação e para o homem comum.
A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão. Se a realidade é apenas uma, cada pessoa a vê de forma diferenciada; dessa forma, a visão pelo homem das coisas materiais é sempre deformada. Nossa tarefa é a de ultrapassar a paisagem como aspecto, para chegar ao seu significado.
Apercepção não é ainda o conhecimento, que depende de sua interpretação e esta será tanto mais válida quanto mais limitarmos o risco de tomar por verdadeiro o que é só aparência. [...]
O Lugar
Para a geografia, o lugar é a porção do espaço onde se desenrolam as relações cotidianas. Leia, no texto a seguir, uma de suas definições.
Definir o lugar?
Ana Fani Alessandri Carlos
Corno o homem percebe o mundo? É através de seu corpo, de seus sentidos que ele constrói e se apropria do espaço e do mundo. O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida apropriada através do corpo - dos sentidos - dos passos de seus moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade latu sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade - vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos. Motoristas de ônibus, bilheteiros, são conhecidos-reconhecidos como parte da comunidade, cumprimentados como tal, não simples prestadores de serviço. As casas comerciais são mais do que pontos de troca de mercadorias, são também pontos de encontro. É evidente que é possível encontrar isso na metrópole, no nível do bairro, que é o plano do vivido, mas definitivamente não é o que caracteriza a metrópole.
Embora os lugares sejam percebidos na esfera do cotidiano, as relações que se estabelecem em seu interior são cada vez mais influenciadas por ocorrências dos mais variados pontos do planeta. Assim, partindo do lugar, podemos ampliar a escala para analisar a organização do espaço da cidade, da região, do estado, do território nacional, e mesmo mundial, selecionando as ações humanas que quisermos estudar.
Trechos de CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/ao mundo. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 20-2. (Geografia: teoria e realidade, 38).


 
INTRODUÇÃO – UM BREVE HISTÓRICO DA GEOGRAFIA.

BRASIL: ESPAÇO E TERRITÓRIO

BRASIL: ESPAÇO E TERRITÓRIO - 3º ANO ENSINO MÉDIO
1- Características do espaço brasileiro.


1.1 - Extensão territorial:
               Atualmente, o Brasil é o quinto país mais extenso do mundo. Com uma área de 8 514 876 km², só é menor que os territórios da Rússia, do Canadá, da China e dos Estados Unidos. Essa característica garante a nosso país a posição de país “continental”, visto que sua dimensão territorial émaior, por exemplo, que a do continente europeu, com todos os seus 39 países, excetuando-se a parte europeia da Rússia. Em relação aos países do continente americano, o Brasil tem o terceiro maior território, depois do Canadá e dos Estados Unidos, respectivamente. Dos países da América do Sul, é o maior em extensão. Veja gráfico a seguir.
1.2 – Brasil: posição geográfica:
               O Brasil está totalmente localizado no hemisfério Ocidental do planeta, ou seja, todas as suas terras encontram-se a oeste do Meridiano de Greenwich. Já em relação a linha do Equador, 93% do nosso território está ao sul desse paralelo e apenas 7% do território está ao norte. O Brasil é o único país do mundo cortado pela linha do Equador, ao norte (0°), e pelo trópico de Capricórnio, ao sul (23°27’). Podemos observar no mapa acima que 92% do território brasileiro está na zona tropical ou intertropical e 8% na zona temperada sul ou subtropical.
O Brasil ocupa o equivalente a 47% do território sul-americano, localizando-se na sua porção centro-oriental. Em terras brasileiras está o centro geográfico da América do Sul, localizado no estado de Mato Grosso. A leste, o Brasil é banhado pelo oceano Atlântico. Tem 23.102 km de fronteiras, sendo 15.735 km de fronteiras terrestres e 7.367 km de fronteiras marítimas.
As fronteiras marítimas estendem-se de norte a sul: do cabo Orange, no Amapá, até o arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Com exceção do Equador e do Chile, o Brasil faz fronteira terrestre com todas as nações da América do Sul:
Ao norte: Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela.
A noroeste: Colômbia.
A oeste: Peru e Bolívia.
A sudoeste: Paraguai e Argentina.
Ao sul: Uruguai.
De acordo com o mapa ao lado, podemos ter uma noção da grandeza territorial do Brasil ao destacar seus pontos extremos: do ponto extremo norte (monte Caburaí) ao ponto extremo sul (arroio Chuí) são 4.394,7 km; do ponto extremo leste (ponta do Seixas) ao ponto extremo oeste (serra de Contamana) são 4.319,4 km. O Brasil é uma nação equidistante, isto é, tem praticamente as mesmas distâncias entre seus pontos extremos.
1.3 – Fusos Horários do Brasil:
            Cada fuso horário corresponde a 15 meridianos (15° equivalem a 1 hora). Lembre-se de que a hora aumenta no sentido leste e diminui no sentido oeste.
Em virtude da sua grande extensão longitudinal (leste-oeste), o Brasil possui três fusos horários, todos localizados a oeste do meridiano que determina a hora oficial no mundo: o meridiano de Greenwich (longitude 0°). Por isso, todos os fusos no Brasil têm a hora atrasada em relação ao fuso de Londres.
Mas o que é fuso horário?
Fuso horário é uma faixa imaginária na superfície terrestre que se estende de um polo a outro, entre dois meridianos. Todos os lugares localizados no interior dessa faixa apresentam a mesma hora.
As horas em nosso planeta estão estabelecidas com base no meridiano de origem, com 0° de longitude, ao qual foi dado o nome de Greenwich. Assim, a cada fuso localizado na direção oeste, a partir de Greenwich, atrasa-se uma hora. Já a cada fuso localizado na direção leste, a partir de Greenwich, adianta-se uma hora.
            Nosso primeiro fuso corresponde ao segundo fuso a oeste de Greenwich, o que significa duas horas a menos em relação ao fuso inicial. A hora oficial do Brasil (hora de Brasília) tem três horas a menos que o horário de Greenwich. Veja no mapa quais são os fusos horários do Brasil e os trechos do território compreendidos em cada um deles.
BONS ESTUDOS
JC